História do Grupo Meimei

Por Arnaldo Rocha do livro “Instruções psicofônicas”.

“Corria o ano de 1951 e frequentes se faziam nossas excursões de Belo Horizonte, onde residimos, a Pedro Leopoldo, hoje região suburbana da Capital mineira. Em conversações fraternas e amigas com o nosso companheiro de ideal Francisco Cândido Xavier, muitas vezes observávamos o volume crescente dos casos de obsessão que procuravam incessantemente as reuniões públicas do “Centro Espírita Luiz Gonzaga”, nas noites de segundas e sextas-feiras. Impressionava-nos a multiplicidade dos problemas tristes. As moléstias mentais, como ainda hoje acontece, compareciam, uma atrás outra. Possessão, fascinação, histeria, desequilíbrio, loucura… o Chico, por várias vezes, falou-nos do desejo expresso pelos mentores espirituais no sentido de se criar um grupo de irmãos conscientes e responsáveis para a assistência especializada aos problemas difíceis. Em meados de 1952, aderimos finalmente. Convidamos alguns irmãos conscientes da gravidade que o assunto envolve em si e, na noite de 31 de julho do ano mencionado realizamos nossa primeira reunião. (…) A princípio, reuníamo-nos na antiga dependência que o Centro Espírita Luiz Gonzaga ocupou, de 1927 a 1950, mas em 1954 (…) transferimo-nos para nossa sede própria e definitiva que, embora singela, se levanta acolhedora à Rua Benedito Valadares, nesta cidade. (…) é preciso dizer que o médium Chico Xavier sempre as recebeu (mensagens contidas no citado livro) psicofonicamente, no último quarto de hora das nossas reuniões, muita vez depois de exaustivo labor na recepção de entidades perturbadas, em socorro de obsessos e doentes, serviço esse no qual coopera, igualmente, junto aos demais médiuns de nossa agremiação.”

Em depoimento de Chico Xavier na década de 80, a construção da sede ficou projetada para o fun­do do lote intencionalmente adquirido como estraté­gia para não chamar as atenções dos moradores com as comunicações dos espíritos sofredores. Na época, as crendices e superstições em relação às práticas me­diúnicas espíritas na pequena Pedro Leopoldo eram muito maiores do que hoje.